De uma idéia de criar um site para economizar o meu tempo e disponibilizar informações para as pessoas que me escreviam sobre como vir para India, nasceu o Darma Gawa. E ele foi criando espaço na minha vida, incluindo os relatos de minha própria experiência, me fazendo permanecer conectada. Espero que possa servir para inspirá-lo a visitar essa outra parte de mundo, tão mágica.
O contraste pode ser grande ao visitar países como a India e o Nepal. Segundo algumas pesquisas (MPI - Multidimensional Poverty Index – Oxford), a India tem 55% de sua população caracterizada como pobre, e o Nepal 82%), se esses valores não mudaram. Mas apesar disso, o magnetismo espiritual é contagiante e transformador.
Às vezes me dá a impressão de ter vivido um sonho... Ou de já ter passado muito tempo que fui embora de lá... Outras vezes a experiência volta na forma de lembranças vívidas. E com ela a gratidão!
Com minha volta ao Brasil (em junho, 2010), um ciclo se fechou, mas aspiro que outros venham, talvez não com a mesma disponibilidade de tempo, mas com a abertura no coração de receber as bênçãos desses lugares.
Agora vivo a necessidade de integrar toda a experiência desses últimos anos vividos no centro Budista e depois na India, na Tailândia e no Nepal. Integrar toda a minha vivência anterior disso, preservando o que me é importante, e deixando de lado crenças, padrões, que não me servem mais. No tempo de agora, nesse lugar que estou, nessa cidade que é movimento, não me esquecer do tempo de me retirar, achar os santuários de minha vida aqui.
É interessante viver em lugares como Bir, Dharamsala e Kathmandu, onde constantemente você está sendo exposto a representações do Darma. Constantemente, você está sendo lembrando! Mas o desafio é poder se fazer lembrar dessas representações na vida de agora, onde quer que estejamos. Um desafio que vem acompanhado de Gawa.
Quando me despedi da Grande Stupa em Kathmandu, eu disse, “vou sentir falta de fazer a Kora em você”, e em seguida completei, “mas nós sabemos que você agora é inseparável de mim”, como todos os lugares que passei, todas as pessoas que conheci, vocês que me acompanharam. Não há maior alegria do que perceber isso, perceber que não há uma separação, nossa mente é que está viciada numa percepção equivocada...
Apesar dos relatos de “A Bordo da India” se finalizarem com essa postagem, pretendo continuar escrevendo, no que me for possível, sobre os lugares que passei, no intuito de trazer mais informações para o viajante.
Obrigada a você que acompanhou os meus relatos!
Dedico o mérito dessa experiência para o benefício de todos os seres sem exceção!
Que possamos estar livres do sofrimento e das causas do sofrimento!
Que possamos cultivar a Paz, o Amor, a Compaixão com uma visão sábia!
Que possamos alcançar a iluminação!!!