Voltando para Bir - 2009


Voltando... uma sensação boa... de Veruwan, Tailândia, fui para Bangkok onde fiquei três dias. A volta seria mais simples, pois encontrei na net uma promoção aérea de Bangkok para Delhi, um pouco mais cara do que pagaria se fizesse o mesmo percurso da vinda, via Calcutá. Tailandia é um lugar legal de se visitar, eles adoram estrangeiros, tem várias facilidades que não encontramos na India, mas sinceramente, prefiro minha pequena vila tibetana-indiana, com seus problemas, sem coleta de lixo... uma simplicidade encantadora!

Cheguei dia 30 de janeiro em Delhi e fiquei uma noite num hotel na colônia tibetana. Depois peguei o ônibus para Dharansala; não foi ônibus pula-pula, mas não dormi muito. O bom foi que do meu lado sentou um monge tibetano que vez ou outra ficava recitando mantras, e ouvir este som é algo magnífico para mim. Cheguei em Dharansala de manhã cedo, mas ainda estava meio escuro, fui para um hotel descansar um pouco. No pequeno intervalo de dormida que tive no hotel sonhei com minha amiga tibetana, que aluga o quarto para mim. Ela me dizia que estava fazendo uma reforma no banheiro, separando-o. Bem, eu pensei com os meus botões: hum! Problema à vista!!!! Às vezes não sei se é bom saber algumas coisas com antecedência ou não.

Durante a manhã daquele dia de chegada fui oferecer uma katag no templo do Dalai-Lama... uma forma de dizer “Obrigada por me proteger”. A emoção foi grande quando entrei no templo e contemplei a paisagem com suas montanhas cobertas de neve... um frio gostoso com sol. Depois fui fazer umas comprinhas e contatar meu taxi para me levar para Bir.

É interesante como o karma se manifesta... assim que cheguei em Bir, o filho da Tsering estava no portão, me viu e gritou “Juliene, Juliene!”, coisa mais fofa. Entrando encontrei um ambiente familiar diferente, uma mulher, um homem, uma empregada indiana, duas crianças e os filhos da Tsering. Me perguntei: “Onde está Tsering?” Bem, me concentrei em organizar o meu quarto e providenciar as coisas que precisava e só depois entendi que o marido da Tsering tinha trazido sua outra mulher e cia para ficar uns dias em Bir, porque ela precisava fazer uma cirurgia num cidade perto daqui. Situação difícil! Depois de uns dias, eu acordei com a voz de Tsering cantando a oração de Guru Rinpoche e cuidando de seu jardim... senti uma alegria tão grande de ouvir a sua voz, este som... Quando fui vê-la, ela me disse: “Difficult life, Juliene!” Bem, ela está esses dias na casa da mãe, esperando o marido ir embora. Sempre atenciosa perguntou se eu precisava de alguma coisa e providenciou uma garrafa elétrica de água quente para mim. Ela é uma mãe tibetana, com seus 35 anos, que cuida de mim como se fosse uma irmã, e que não acredita que eu sou mais velha que ela... eu deixo... vejo nela uma forma também do amor de meus pais cuidar de mim.

Bem... estou feliz em está aqui... já dei minhas caminhadas... vi as coisas novas: uma delas é que na rua onde moro, que vai dá no Deer Park , tem agora iluminação solar (luz com energia solar), muito legal! Tenho uma nova amiga brasileira, chamada Débora, talvez fique aqui um ano. E tenho uma amiga vindo com sua filha ficar um ano aqui. E a vida continua... meus estudos, práticas, nesse lar Bir. Tem feito dias lindos e olhar para o horizonte, ver as montanhas com neves e as plantações de arroz, é algo tão especial, tão diferente de tudo que vivi. E só posso agradecer por esta oportunidade!!!!

Mais novidades? Criei um site informativo para ajudar pessoas que queiram vir para India. Desde que cheguei aqui, tenho recebido alguns e-mails perguntado coisas diversas, então criei um site para que esta informação pudesse estar mais acessível para todos. Divulguem, por favor!

Que todos os ser possam ser beneficiados!!!

Fevereiro/2009