Falando sobre Bir


Como falar de Bir? Esta pequena vila, neste vale chamado Kangra, com suas plantações de trigo e sua vista para as montanhas, ainda algumas ao longe cobertas de neve? Como falar dessa vila tibetana-indiana com seus sons variados de mantras, instrumentos dos pujas, latidos de cachorros? Tibetanos, indianos, estrangeiros de várias nacionalidades, que vem seja para visitar, para praticar, para estudar ou para saltar das montanhas... aqui é um ponto turístico de paraglaider.

A Bir tibetana, onde há a colônia de tibetanos e monastérios, tem apenas uma rua principal, onde encontramos várias tipos de lojinhas e restaurantes. Por onde você olha você vê bandeiras de oração, de todas as cores e tamanhos. As bandeiras de oração são erguidas ao vento para que suas preces possam alcançar todos os seres e trazer benefícios para eles, não apenas para quem as ergueu. 

De uma certa ótica, a gente pode dizer que Bir parece uma favela, ou uma vila pobre, ainda mais se olharmos para os lugares onde as pessoas depositam os seus lixos e para sua falta de estrutura. Por outra ótica, é um recanto de bênçãos, com sua quietude mesclada com os sons diversos.

Aqui tem períodos mais movimentados de turistas, e outros bem quietos. De fato é um outro modo de viver, se compararmos às grandes cidades comandadas por seus relógios burocratas. A India de fato tem sua diversidade, aqui é muito diferente de lugares como Delhi e Calcutá. Kangra é um vale ainda preservado, com uma beleza linda. Como todo vale, não há estradas retas, boa parte da paisagem é composta pelas curvas das montanhas de onde você pode vê o rio que acompanha o percurso. Quando seco, dá para ficar encantado com suas pedras enormes.

Mas não vá achando que por causa da minha narração romântica, você não vá ter problemas por aqui. Viver na India não é fácil, mas tem o seu encanto ligado à espiritualidade.

Para ficar em Bir há algumas guest houses (links no menu), recomendo a Chokling Guest House, Bir Resort e Colonel’s Resort (estas duas últimas ficam antes da entrada para Bir tibetana). Há também o Deer Park Institute, que é um instituto com uma programação diversificada durante todo o ano, e ofereçe opções de estadias e alimentação. Há também como encontrar hospedagem nas casas dos tibetanos, que alugam quartos com preços variados, dependendo de quanto tempo você ficar. É preciso procurar com calma, então é melhor se hospedar primeiro numa guest house.

Há várias lojinhas que vedem várias coisas, desde alimentação (tem até Nutella) a produtos de higiene e limpeza, bem como vestuário e calçados, e artigos tibetanos. Tem aquelas vendas que tem feijão, arroz, açúcar a granel e você compra por peso. Não tem uma boa padaria, eu faço o meu chapati. Tem uns restaurantes indianos e tibetanos bem simples, tem um ou outro mais arrumadinho. Limpeza não é bem o padrão daqui, mas eu nunca passei mal por causa de comida ou água, mas tenho uns amigos em Mc Leod que já tiveram problemas. Nas vendas de verdura, você encontra muito batata, cenoura, tomate, temperos, tem uns legumes que não sei o nome, e umas folhas que também não sei, mas dá pra fazer um refogado gostoso... risos! Você encontra banana, maça, mamão e limão com mais freqüência, mas também já encontrei tangerina, abacaxi, uva. Perto de Bir há cidades maiores que dá para fazer comprar, pois Mc Leod fica a 2 horas de Bir (de carro). Algumas pessoas vão fazer comprar nestas cidades (Baijnath, Paprola e Palampur).

Para quem quer mais diversidade, de fato Dharansala é o point. Mas um ar de campo faz bem ao viajante, principalmente se ele for um praticante errante.